Renovação Pastoral da Diocese de Leiria-Fátima

DIOCESE DE LEIRIA-FATIMA EM 
RENOVAÇÃO PASTORAL

 


 A Diocese de Leiria-Fátima está a encetar um caminho de renovação pastoral. Para tal o seu bispo D. José Ornelas propõe uma reflexão para todos os diocesanos sobre essa mesma renovação conforme a necessidade dos dias de hoje. 

Para tal é apresentada uma Carta de Princípios, em seguida um documento operativo e, por último, um questionário com "Questões para reflexão e pronunciamento por parte das diversas equipas paroquiais. 

Convida-se todas os diocesanos que assim queiram a dar também a sua colaboração, lendo, refletindo e dando as suas respostas ao questionário. Depois a enviar o seu trabalho para o seguinte email: paroquiaportodemos@gmail.com.


Conversão pastoral da diocese de Leiria-Fátima

 

Carta de princípios

 

Sabendo que

 

-       A missão da Igreja é levar a alegria do Evangelho a todos os povos e que a diocese de Leiria-Fátima é uma porção do Povo de Deus, confiada ao cuidado pastoral de um sucessor dos Apóstolos, hoje, D. José Ornelas Carvalho;

 

-       a missão da diocese de Leiria-Fátima é fazer com que cada um dos seus membros chegue a conhecer e a responder, a viver e a testemunhar, na alegria e na força do Espírito Santo, o projecto que Deus Pai tem para cada um dos seus filhos adotivos, revelado e realizado em, com e por Jesus Cristo, Seu Filho muito amado;

 

-       os cristãos, irmãos e discípulos missionários de Jesus, são convidados a partilhar a sua alegria no serviço aos irmãos, a começar no lugar onde residem e constituem família, e que a mensagem cristã é criativa e ganha sempre novas expressões quando se enraiza humana, cultural e espiritualmente num território concreto;

 

-       a Diocese - Comunidade de comunidades - vive da e na comunhão de cada baptizado com o seu Bispo, mediada por comunidades locais (paróquias) confiadas a presbíteros, colaboradores mais próximos do ministério episcopal;

 

-       a comunhão com o Bispo diocesano nos faz entrar na comunhão das Igrejas - à qual preside na caridade o sucessor de Pedro, hoje o Papa Francisco -, nos constitui sinal do Reino de Deus no meio do Mundo e construtores do bem comum em colaboração com todos os homens e mulheres de boa vontade;

 

-       para a dinamização pastoral da nossa Diocese são precisos recursos humanos e estruturas intermédias (territoriais e pastorais) que possam mobilizar e ser expressão sinodal de comunhão, participação e corresponsabilidade de todo o Povo Santo de Deus na missão que o Senhor da Messe nos confia;

 

-       quando celebramos a Eucaristia dominical ou, mesmo não o podendo fazer, nos reunimos em nome de Jesus para escutar a sua Palavra, discernir os sinais dos tempos e servir o bem comum, Ele mesmo Se faz presente com os dons da manhã da Páscoa e infunde no coração dos seus irmãos e discípulos a paz e o amor, a fé e a esperança que nos impele à missão;

  

Verificando que

 

Diocese - contexto ad extra:

-       a geografia humana das nossas comunidades está a mudar pelo envelhecimento e mobilidade dos seus membros, pela oferta de trabalho e a chegada de muitos migrantes;

 

-       as zonas urbanas são centros agregadores de vida social e cultural que é preciso acompanhar nos seus ritmos e dinamismos, sem todavia descurar a atenção ao mundo rural em profunda transformação;

 

-       há novas estruturas do poder local que estão a reorganizar a gestão do território e a rede de serviços públicos;

 

-       cresce o voluntariado entre jovens e adultos, levando-os a abraçar causas sociais e ambientais;

 

-       a procura da transcendência, patente na multiplicidade de novas correntes  de espiritualidade presentes entre nós, chega, não raras vezes, à descoberta da fé e à conversão;

 

-       a piedade popular, as festas dos padroeiros e as tradições religiosas são um ativo das nossas comunidades que é preciso cuidar espiritual e pastoralmente;

 

-       o património humano, material e imaterial das nossas comunidades é uma oportunidade de encontro e diálogo culturais, dentro e fora do espaço eclesial, que é preciso descobrir e valorizar;

 

Diocese - contexto ad intra:

-       a desafeição e indiferença crescente de muitos batizados, tanto a nível pessoal como familiar, tem levado ao enfraquecimento da vida e prática  cristãs das nossas comunidades;

 

-       a crise das vocações cristãs e a diminuição acentuada dos ministros ordenados, a curto prazo, ampliarão as rupturas no modelo pastoral vigente;

 

-       as linguagens e métodos pastorais que frequentemente usamos dificultam, sobretudo, o diálogo com as novas gerações;

 

-       a consciência de pertença à Diocese se resume muitas vezes à participação esporádica em eventos de maior relevo;

 

-       a dinâmica criada pelas propostas temáticas dos últimos anos teve vários aspetos positivos, tanto a nível diocesano, como vicarial e paroquial, que é preciso aprofundar;

 

-       a riqueza espiritual das muitas comunidades religiosas presentes na nossa Diocese não está suficientemente aproveitada para o serviço concreto das comunidades paroquiais, por falta de oportunidade e/ou disponibilidade;

 

-       nas últimas décadas, houve um grande esforço de formação laical que deve ser continuado e adequado aos novos tempos, pois a formação é imprescindível para discernir e responder às exigências do nosso tempo;

 

-       o Papa Francisco instituiu, recentemente, os ministérios laicais do Catequista, Leitor e Acólito para o serviço do Povo de Deus, e que, desde o II Concílio do Vaticano, se vem redescobrindo o lugar e a importância eclesial e pastoral do Diaconado Permanente; 

 

-       a última assembleia diocesana trouxe rostos novos e novas disponibilidades para o serviço do Evangelho e das comunidades que é preciso acolher e formar;

 

Vigararias:

-       funcionam como lugares de coordenação, partilha de informação e entreajuda dos párocos, mas que precisam de maior abertura e interação com os dinamismos eclesiais e socioculturais envolventes;

 

-       ao encontro e trabalho dos párocos falta o contributo dos  responsáveis pelos dinamismos eclesiais locais no discernimento da realidade e opções pastorais:

 

-       do encontro dos párocos ainda não resulta um trabalho em rede das paróquias e a partilha de dons e carismas para o bem de todos;

 

-       há novos desafios pastorais que ultrapassam os limites territoriais e pastorais de cada paróquia e implicam a leitura da realidade, a definição de objetivos, parcerias e projetos de evangelização comuns;

 

Paróquias:

-       são referência incontornável de pertença eclesial por excelência - por vezes, a única - por tornar a Igreja presente, com rosto e com voz, nos diferentes contextos da geografia humana da nossa Diocese;

 

-       uma paróquia não é suficiente - pois faz parte integrante da Diocese - nem autossuficiente, por ser limitada na capacidade de resposta aos ritmos de vida de hoje e seus desafios;

 

-       há uma grande discrepância entre paróquias no que respeita à sua dinâmica pastoral e espiritual, bem como no que respeita à sua abertura e participação nos espaços vicariais e diocesanos;

 

-       muitos fiéis frequentam lugares de culto fora das suas paróquias e há centros de vida cristã que exercem forte atração (santuários, comunidades religiosas…);

 

-       o cuidado pastoral e a responsabilidade pelos dinamismos paroquiais estão demasiado centrados no pároco;

 

 

Propomos que

 

Diocese

-       a nossa Diocese e todas as suas comunidades assumam uma nova cultura pastoral, fazendo do anúncio da alegria do Evangelho o centro da sua vida, em “constante e permanente conversão missionária” (Papa Francisco);

 

-       se aprofunde sempre mais a consciência e a beleza do dom da filiação divina que nos faz filhos muito amados do Pai, irmãos e discípulos missionários do Filho e, na alegria e na força do Espírito Santo, membros desta porção do Povo de Deus que é a diocese de Leiria-Fátima, com identidade e missão próprias, confiada ao cuidado pastoral do nosso Bispo;

 

-       na sua reorganização pastoral e territorial seja dada prioridade à promoção e fortalecimento da fé e vida espiritual das comunidades através da escuta e partilha da Palavra de Deus - pois é necessário antepor o ser ao fazer -, da iniciação e celebração dos sacramentos, em especial da Eucaristia, e do serviço às causas da justiça, solidariedade e caridade;

 

-       no processo de conversão pastoral seja dada especial atenção aos dons e carismas que o Espírito Santo suscita em todos os membros das nossas comunidades para o bem comum;

 

-       os departamentos e serviços da Cúria tenham vida própria e sejam promotores da ação pastoral diocesana;

 

-       as estruturas pastorais da Diocese sejam espaço de diálogo, comunhão e corresponsabilidade através dos seus conselhos e serviços;

-       os movimentos laicais presentes na Diocese sejam acolhidos e valorizados como espaço de encontro, descoberta e vivência da alegria do Evangelho, segundo o carisma de cada um;

 

-       na hora de agrupar paróquias (unidades pastorais) e reestruturar vigararias, sejam tidos em devida conta os principais centros de vida social da Diocese e seus dinamismos culturais, e não se descuide a atenção às suas periferias territoriais e existenciais;

 

-       a Diocese assuma o Santuário de Fátima como dom e missão, acolha a sua mensagem como serviço à causa da paz e da conversão dos homens ao amor misericordioso de Deus Trindade Santíssima, valorize o testemunho de santidade dos Pastorinhos, na sua experiência sublime do mistério de Deus e de compromisso com os pedidos do Anjo e da Senhora do Rosário;

 

Vigararias

-       o agrupamento de paróquias (unidades pastorais) e a reestruturação das vigararias, valorizando os dinamismos e sinergias existentes, sejam polos de irradiação evangélica, dentro e fora do espaço eclesial, propondo e participando em iniciativas de serviço solidário e diálogo com todas as pessoas de boa vontade;

 

-       sejam espaços alargados de comunhão eclesial entre várias unidades pastorais e lugar onde seja possível lançar novos processos de anúncio e iniciação, vivência e partilha cristãs;

 

-       o vigário forâneo, em espírito sinodal, assuma as funções de coordenação, segundo as normas da Igreja Diocesana e do Direito Canónico;

 

Unidades pastorais

-       cada unidade pastoral seja uma Comunidade de comunidades paroquiais confiada pelo Bispo Diocesano a uma equipa constituída por presbíteros, diáconos, religiosos e leigos, moderada por um presbítero, orientada sinodalmente pelo discernimento comunitário em conselho pastoral, com o contributo de todos os carismas e ministérios existentes e trabalhando em rede com os agentes locais de pastoral, partilhando responsabilidades e acolhendo sugestões;

 

-       na constituição das unidades pastorais, se tenha em devida conta as afinidades sociais e eclesiais das paróquias e estas sejam em número necessário e suficiente para responder aos desafios do meio envolvente;

 

-       na transformação da vida das comunidades sejam valorizados, em espírito sinodal, os espaços de participação e corresponsabilidade, para que o que diz respeito a todos por todos seja pensado, rezado, decidido e implementado, consoante a graça recebida por cada um dos seus membros;

 

-       sejam instituídos nos ministérios laicais existentes os coordenadores dos respectivos serviços de coordenação e animação das unidades pastorais pelo tempo em que exercerem a essa missão;

 

-       se institua, depois de adequada formação, o ministério da presidência das celebrações dominicais sem presbítero e o ministério da presidência das exéquias;

 

-       nos lugares onde se celebra a Eucaristia dominical e sempre que esta não possa ser garantida, se façam celebrações da Palavra com distribuição da Comunhão;

 

Paróquias

-       as paróquias, sendo células base das unidades pastorais, não sejam secundarizadas mas antes ajudem à sua dinamização, pela proximidade com os membros da comunidade e a ação das equipas de animação pastoral;

 

-       cada paróquia, em espírito sinodal, colabore com todas as paróquias da sua unidade pastoral, partilhando e acolhendo os dons que o Senhor dá para o bem do Povo Santo de Deus;

 

-       as paróquias sejam lugares de acolhimento para todos os que andam à procura de um sentido para a vida e nos batem à porta;

 

-       se tenha em especial atenção os mais frágeis e esquecidos da sociedade, para deles nos fazermos próximos (populações mais isoladas, idosos, bairros periféricos das cidades, pessoas necessitadas das respostas sociais de IPSS e Cáritas, reclusos, doentes, pessoas com deficiência);

 

-       se assuma, como critério de reorganização do serviço litúrgico, a celebração da missa dominical pelo menos em todas as igrejas paroquiais;

 

-       que durante a semana se promova a vida comunitária de cada centro de culto pela escuta da Palavra de Deus, a adoração ao Santíssimo Sacramento e o serviço sócio-caritativo;

 

-       se defina o modelo de organização e corresponsabilidade presbiteral: figura de párocos in solidum e/ou de pároco e vigários paroquiais, de modo a que cada comunidade paroquial saiba sempre reconhecer o rosto do seu pastor;

 

-       as paróquias partilhem as despesas das unidades pastorais (remuneração do pároco e seus colaboradores, funcionamento das estruturas de pastoral, casa paroquial...)

 


 

Documento operativo

 

Sabendo que

- a “fidelidade à Tradição exige renovação”, pois “como instituição humana e terrena, a Igreja necessita perpetuamente de reforma” (II Concílio Vaticano, Unitatis Redintegratio, 6);

- a reforma das estruturas eclesiais tem como objetivo principal servir a missão da Igreja para que aquelas não impeçam o dinamismo evangelizador, antes promovam a circulação da vida nova e do espírito do Evangelho” (Francisco, Evangelii Gaudium [EG] 26);

- “numa Igreja sinodal, nenhuma comunidade vive isolada, mas é sempre parte de uma comunhão aberta e alargada à Diocese, a toda a Igreja, ao mundo, à eternidade.” (...) Por isso, a transformação sinodal deve privilegiar a coordenação entre várias paróquias, tanto entre os presbíteros que a elas presidem como entre os responsáveis de ministérios laicais e outros serviços” (D. José Ornelas, Carta Pastoral 2023-2026 [CP], pp. 58-59).

 

Verificando que

- “neste momento, não nos serve uma «simples administração»”, mas é preciso “passar para um «estado permanente de missão», em todas as regiões da terra” (EG 25).

- não nos basta guardar o que recebemos e alimentar estruturas que consomem mais vida do que aquela que promovem, nem nos chega o respeito saudosista pelas tradições que nos chegaram, pois somos todos convocados a trabalhar segundo uma nova cultura pastoral que dê forma sinodal a um novo estilo de vida comunitário, baseado na escuta e no discernimento, na corresponsabilidade e na participação eclesiais;

- a conversão eclesial implica caminhar juntos, e só é possível sonhar a mudança e implementá-la progressivamente “se nos deixarmos reunir e mover pelo Espírito Santo” (CP 30).

 

Propomos que

- sejam criadas unidades pastorais em toda a Diocese e estas – sem desvalorizar as paróquias, antes as enriquecendo com novas sinergias – se tornem progressivamente nas estruturas base da organização pastoral diocesana para que se favoreça a evangelização em detrimento de uma pastoral de mera manutenção; se estabeleçam laços cristãos e relações interpessoais alicerçadas no Evangelho; se desenvolvam mais meios de formação dos agentes pastorais; se crie uma autêntica comunhão eclesial entre paróquias; se promova uma liturgia que seja melhor expressão da fé e da espiritualidade cristãs; se promova a caridade organizada; e se fomentem meios de cooperação económica e administrativa;

- em articulação com as unidades pastorais, sejam reorganizadas as vigararias; se redefinam as competências das diversas estruturas e níveis de organização pastoral da Diocese;

- se organize um novo organigrama pastoral da Diocese que apresente uma visão de conjunto e dê as coordenadas necessárias para a concretização sustentada das unidades pastorais;

- se defina a articulação entre os órgãos de participação e corresponsabilidade dos diversos níveis de ação pastoral da Diocese: quem elege ou escolhe, quem integra e a que título os diferentes conselhos das paróquias, das unidades pastorais, das vigararias e da Diocese.

 

Definição de Unidade Pastoral

A Unidade Pastoral é uma Comunidade de comunidades paroquiais, confiada pelo Bispo diocesano a uma Equipa pastoral, presidida (ou moderada) por um Presbítero, orientada sinodalmente pelo discernimento comunitário em Conselho pastoral, com o contributo de todos os carismas e ministérios existentes, para o trabalho de evangelização em rede dos agentes locais de pastoral, fazendo propostas, iniciando novos processos e partilhando responsabilidades;

 

A Unidade pastoral terá ao seu serviço:

- uma Equipa pastoral constituída por presbíteros, diáconos, religiosos e leigos, presidida (ou moderada) por um presbítero, nomeada pelo Bispo diocesano;

- Coordenadores dos diversos setores da pastoral existentes, designadamente a evangelização e catequese, liturgia e espiritualidade, justiça e solidariedade, cultura e economato;

- um Conselho Pastoral constituído por membros designados e eleitos das paróquias e dos setores pastorais;

- um Fundo económico com receitas próprias ou comparticipações das Paróquias e um Conselho económico constituído por representantes dos conselhos económicos paroquiais cujo tesoureiro será da paróquia onde a conta estiver sediada.

- um/a secretário/a para apoiar a concretização do programa da Unidade Pastoral, coadjuvado por um secretariado que se responsabilizará pelo serviço de registo dos cartórios paroquiais da Unidade Pastoral;

 

Critérios para a criação de Unidades Pastorais:

- um território com afinidade social, cultural e religiosa;

- um grupo de comunidades paroquiais necessário e suficiente que permita realizar a missão da Igreja nas suas diversas dimensões;

- a existência e valorização de dinamismos locais que possam ser oportunidades pastorais.

 


Questões para reflexão e pronunciamento por parte das diversas equipas paroquiais

 

-       No contexto do caminho sinodal que estamos a fazer e segundo o seu sentir, o que é que Deus hoje nos está a pedir (tanto a nível pessoal como comunitário (paróquias e suas comunidades) no que à missão de evangelizar, celebrar a fé e exercer a caridade diz respeito?

 

 

 

 

-       Sendo as unidades pastorais uma oportunidade para nos tornarmos mais e melhor Igreja, qual deverá ser o nosso primeiro passo para podermos concretizá-las?

 

 

 

 

-       Segundo a sua experiência, na área geográfica da Diocese onde vive, tendo como critérios a afinidade geográfica e social, cultural e religiosa, e os dinamismos locais que possam ser oportunidades pastorais, com que paróquias se poderia criar uma unidade pastoral?

 

 

 

 

-       Pelo que conhece das pessoas, dos grupos e das comunidades da sua Paróquia, considera que há abertura para acolher esta proposta de conversão pastoral? Pressente alguma dificuldade mais séria em todo este processo?


Share:
Designed by OddThemes | Distributed by Blogger Themes